Quarta-feira, 8 de Dezembro de 2004
This is the end...
My only friend: THE END!
Caem mortos os que morreram, com a vida cumprida.
Nada ganharam.
Nada perderam.
Assim quiseram, assim cresceram.
Foram os quartos desarrumados que hoje velamos.
Foram crise, fogo, droga. Foram crença, prazer e sangue.
Por aqui passaram. Aí dormiram.
Foram os donos de tudo por empréstimo
E sorriram e comeram e conquistaram
Sem se importar, nunca, com o fim!
O que há?
Ecos.
Mataram-te?
Eis um Universo vadio!
Todos os reis que conheci morreram.
Acaba com eles. Não deixes que te comam.
Rasga-os aos pedaços e larga-os na brisa
Ergue-lhes a campa, deita-lhes o fogo.
E ouve-lhes os lamentos para sempre
Morreram de dor, morreram de fome
Morreram de tosse e por dinheiro
Morreram doentes, morreram novos
Morreram em guerra
Mataram-se na dúvida
Mataram-se na dúvida
Mataram-se na dúvida
Crivaram os ecos que agora ouves
Rádios partidos com as pilhas gastas
Pedidos de ajuda em sufoco
As cartas de amor amachucadas
Com aquele destinatário implícito.
As ruínas.
O que foi que fizeste?
Leste-lhes o correio.
Nem todas as verdades são suportáveis
Para quem nunca morreu.
Acreditas em tudo o que é eterno
Cais de pé, perante o fim.
This is the end...
My only friend: THE END!
Terias sido a tempo?
O fim foram eles
Só mais um início.
Engano temporal
De um relógio estragado
De todos os relógios do mundo.