Sábado, 13 de Novembro de 2004
Tropecei na alma do desterrado, julguei mal o cadáver. Enganei-me. Nem pensei, nada! Caralho! A brisa quente, o olfacto estragado, nada! Um puto caralho!
E fodi-me. Entrei no inferno, entrei, entrei... e não sai. Merda!
Antes era tudo tão evidente, mas era mentira. Detrás das paredes há coisas, há merda, os cegos... eu era um cego do caralho.
Comecei a correr, ele vinha lá, sem mais nada, alma apenas condecorada com um chumbo astral, e agora fujo deles, fantasmas do caralho... por todo o lado.
Ontem fizeram-me um broche, etéreo, o inferno é broches com sabor a nada. É só ecos de disparos, e agudos em dor.
Já entrei mais em pânico, a dor é a mesma, basta pensar em algo contínuo, igualarmos com uma passada rítmica, senso de humor e o caralho! Mas resulta.
Encontrei-me a sangrar, mas não saía nada, nada mesmo. O engraçado é que gritei, arrancaram-me tudo! Deixaram-me igual ao vento: uma vertigem de ar, um sufoco ao acaso que eu próprio conduzo. Merda!
Mas aqui, neste sítio, nem as sombras me passam incólumes, nada! Atacam-me de todos os lados, e dói, amputações, radiações vermelhas, dor de ossos riscados e em fracturas, a quebrar... eu não quero mais... Não consigo.
Caralho! Não morro, e todos os momentos deste momento em ciclos, em repetição... Será um pesadelo? Nem tenho direito a registar, sou etéreo. Isto é uma real armadilha da merda, jamais ousei para isto, porquê a mim?