Sexta-feira, 2 de Julho de 2004
Rodava seu pé em cima da mesa, pedia com as suas duas mãos grandes, a ajuda divina. Dançava em cima do cinzeiro cingido de cinza, e ainda meia perninha com o cacimbo do velho.
Era Ágata!
A filha meio-atrasada mental duns velhos da aldeia. Num acto doloroso, puxava o seu membro inferior, estilizado de unhas roxas, e crivada de alguns tattos, aqui e ali. "Sai da mesa caralho!" - Gritava a puta.
Cesaltina a espanhola, começa a gritar, com aquela voz de cana rachada: "Tira-me esse pé de merda entalado na merda da mesa, caralho!" - Queria desocupanço rápido, via-se.
Ao fundo numa rádio espanhola, ouvia-se: "... el unico xico, no se pasa nada, el no da las clases, se pasa el tiempo inventando trabajos para que los hagamos por el... las xicas hablan de mierda: la vida de los otros, los cuernos, los divorcios, de sus ninos... Joder, no es mi ambiente, para nada..."
Chove merda gulosa.
Ágata já perdeu meia perna a tentar comê-la com aquelas garras vorazes, apenas lhe resta o côto, e pedacito e meio de fémur, daquele lado. Nisto já os cães do sítio lhe comem braviamente, loucos insanos, o pézito com a ditosa carne desmembrada.
Começa a chorar, doi não doi?