Ia na rua, sonhei com números,
vi velhos e velhas no barco do amor,
e chovia e escondi-me na primeira porta do segundo andar,
a gente corria também para se esconder,
e amarravam-se até ao fim, sem saberem
que o final desse batimento cardíaco já lá vai,
não velejam com motivos,
sem telefones para telefonar,
só correm, e eu corria,
abri a janela, deixei o sol despir-me
em lembranças da grandeza do céu,
e deixei de esconder, desvendei bonitas cortinas
e com um canivete cortei-as,
as de seda ardiam em 3 segundos,
1,2,3, e todos foram embora,
gostava de acção,
perdi-a,
gostava de pensamentos de decisão,
e fiquei com pensamentos díficeis,
e inépcia para falar bem,
tudo desaba se tu deixares.
E os mixes que partiam-te as pernas,
bem pertinhos de ti,
e tu não te escrevias com sentimento,
que raio de actriz que se apaixonava pelos seus próprios guiões,
se vestia mal e sabia-o e entrava em depressão,
e todos os teus amigos,
de perna partida,
em luzes de sonhos,
tu e alguém,
e um macaco gordo aos saltos,
partiam-te também as tuas pernas,
e não te sentias bem,
pudera, querias chocolates iguais aos dos outros.
E engravidavas ao andar de metro,
e o teu féto jogava boxe, ou boxing,
e quando saltava para dar murros,
sorria para ti,
e tu dizias: "uuuu" - pára lá com isso,
porque vou-te fazer uma festa funerária,
com corridas de multifunções duzentas vezes,
para dentro da minha cona médica,
e que salva milhões de batalhões de ovnis,
com abelhas nas pontas de navalha duras,
e pensava isto tudo na festa que não parava,
enquanto não houvesse espíritos livres,
e continuava a seguir as pistas dos que sorriam,
e um cantor agora, lá ao fundo dizia: "agora agora agora"
e tu saltavas, com as pernas abertas,
e cuspias nunca mais,
e não aguentas mais,
e bebias até nunca mais,
e dizias nunca mais,
eles não conseguem ser como tu,
e mamas e dinheiro, e a distância dessa Mona Lisa,
que está preparada para te arrastar para o espaço,
está preparada, luzinhas, e voas com ela.
Apanhas o cabelo, com medos,
é uma maneira de ires ter com ela,
a erva que te deixava livre e a viver ao sol,
nesse brilho lá estarei,
não acostumada com as entrevistas no everest,
da vida pontiaguda, que tu não dobraras,
e no sunshine ele lá estará.
Dá cá cinco,
poderás berrar pelo teclado,
até ao despertar do céu,
abaixo enquanto tu te vais,
matar gatos,
esculpir os seus olhos hipnóticos,
e digo essas coisas sanguinárias
enquanto me mentires,
ou então vou contigo,
para não me fazeres chorar.
E agora Loto senhores!
velhas no loto,
pessoas com carne e manteiga nos ossos,
número um, número dois, número três...
Loto, velhos
velhos e loto,
Loto e velhos velhos e loto,
arroto,
medo de voltar atrás.