Sábado, 13 de Agosto de 2005
Um gajo bebe uns copos
e a seguir engole litro e meio de água
está tão bêbado
quando dá por ele
está a meio.
A paixão pelo sol da praia
numa esplanada
com a tal sombra fantástica
desarmada apenas armada
ali por cima do nosso cabelo.
Tremer de prazer
engulir o trago
reconhecer cada porção do liquido
criar asas e voar
no copo.
E damos por nós
muito mais sentimentais
afinal quem é que é mais sentimental do que eu
pensamos nós
em gritinhos que tanto falam
sorver cada cerveja
fazer dela a razão
para nos perdermos
no abismo
que é a benção.
A bebedeira é mais sentimental do que eu
fica sempre bem/mal sofrer
gritar por dentro
palavras fortes
que batem nos olhos que riem
e o bêbado torna-se condicional
só aceita se for apenas dela
da bebedeira doméstica.
la laaa laa la la
oo na ra la la la
ra la la
na rara
E depois bebe mais,
pausa de meia hora
stop, jantar a seguir
e vinho
e vomita aqui e ali - não. Conseguiu parar a tempo. Verte para dentro. Stop. Rebola na pedra fria mas na noite quente. Afinal ainda é verão. E suor audiência. E vais lançado!
A próxima acção vai ser pouco divertida
vai no auje acompanhar a legião
no shakra das pessoas
e sentam-se ao desbarato em cafés nas avenidas
e não há romance.
O bêbado desespera.
A noite vai passando
e termina o aviso
passa-se a ver coisas bonitas
passa por mim
ter que ser lindo para as pessoas lindas
e certezas de bêbado,
tropeça a tropeçar
e vai para casar.
... Dormir? Não!
Vai se afogar na escuridão!
Vai comer qualquer coisa!
Vai beber o remédio dos americanos!
Vai acidar com acucares!
Mas hoje não...
Todo o esgoto orgânico
que são tubinhos de intestinos parvos
ali inundados de vapores
duma acidez atroz que consome
ardor e fogo no estomago
e doi!
E doi tanto!
E não se controla, e não liga.
Ou até nem é nada disso
quem é que não tem prazer a magoar as gengivas?
Quem é que não gosta de esperar para cagar
ostentar o cagalhãozito o máximo tempo possível
o teorema da merda
o imbróglio do mamífero
O metabolismo em cores de almodovar
dissipa as energias
e como uma táctica militar
expele-se sempre: a merda.
Quem não gosta de se contorcer naquele leve prazer
os gases que por vezes
pelo auto-controlo do ânus fechado.
Porque é que se há-de correr, para quê?
Dà prazer.
Controlar, e neste controlo benovolente
ganha-se consideração pelo cagalhão,
pela merdinha creme, sopa bem passada com relevos de pastel
carne, creme, beije, cor de outono de amor
e até pode ser.
Uma lição natural da natureza
as fezes são para sair
nem que as ames muito
elas não te amam.
E todo o jogo do prazer
controlar o nicho exuberante dos calores
onde os pais metem termómetros nos filhos
quando são pequeninos,
é o melhor sítio do mundo.
E não!
Tanto auto-controlo no prazer,
mas euforia a menos,
racionalizar o preconceito de cagar
é perceber que é pior.
Afinal o bêbado
anda muito obediente com a vida do ócio.
Faz-lhe a folha
ó pedante cagalhão
deixa ele brincar com você
refrão do bloco
do cagão
deixa ele pintar as sanitas
mas se ele vem com mania
que tudo controla
não o deixes
e caga-lhe as calças
desse falso samaritano pouco contemplativo
com as maresias do ânus.
Nota falsa
resposta estupida
hoje vais levar com ele.
E tanta acidez do alcool,
injectado pela boca de humano de pouca inteligência
metido lá para dentro
como se mangueiras fossem
cevada gazeada
a dar estimulo alimento
tudo lá para dentro.
E o bêbado, não se controla
nem um "cuidado aí"
"Não jogues no chão!!!"
E sai!!!
Sai o sustento do cagalhão
a diarreia - meu bem!
E nem choras
não podes - meu bem!
E tás ali com a cueca de marca
presa ao cú suado
e só sentes a merda a sair em jorro autêntico
(a vida segue adiante)